Falaremos hoje de uma doença que possui mais de 150 mil casos anuais no Brasil chamada Osgood-Schlatter. Essa lesão é formada pela tração repetitiva e excessiva do tendão patelar no seu ponto de fixação, na parte superior da tíbia. Geralmente, ela aparece na infância, causando um nódulo doloroso na tíbia. Por manifestar-se nessa faixa de idade, a doença é capaz de afetar crianças durante surtos de crescimento, já que as que praticam esportes (em que correm e saltam regularmente) têm mais risco de desenvolvê-la. Manifestando-se entre os 9 e 16 anos de idade, em geral, é unilateral. Embora seja mais comum entre os meninos, essa situação está mudando, com a maior participação de meninas na prática de esportes.
Mais especificamente, a doença de Osgood-Schlatter faz parte de um grupo de distúrbios das placas de crescimento chamado osteocondrose, que se manifesta quando a criança está crescendo rapidamente. Infelizmente, os médicos ainda não sabem ao certo o que causa tal osteocondrose em específico, a única descoberta feita sobre essa questão foi a de que esse distúrbio parece ser, de fato, hereditário.
Em alguns casos, para identificação da doença, é feita uma radiografia do joelho. Seu quadro é comprovado a partir do momento que o exame exibe um aumento ou fragmentação da tuberosidade tibial. No entanto, na maioria das vezes o uso da radiografia não é necessário, a menos que a criança tenha outros sintomas que vão além do joelho, levantando outras hipóteses sobre o diagnóstico final (podendo envolver uma lesão, inflamação articular, etc).
Na maioria das vezes, a Osgood-Schlatter é resolvida de forma espontânea. Contudo, muitos médicos ainda apostam no tratamento conservador para dar fim à essa doença, como a recomendação de práticas de fisioterapia, fortalecimento muscular, uso de anti-inflamatórios e, em casos mais graves, a infiltração local com lidocaína ou corticosteróides. Infelizmente, alguns raros casos não respondem ao tratamento conservador e a cirurgia é necessária para aliviar a dor, sendo a maioria delas composta pela excisão do ossículo livre e presente na porção distal do ligamento patelar.
Caso o paciente tenha que ir para a cirurgia, geralmente são necessárias em média 20-30 sessões de fisioterapia no pós-operatório. Entretanto, esse número pode variar caso a caso. O tratamento em questão tem o objetivo de ajudar no alívio das dores, melhorar a amplitude de movimento, propiciar fortalecimento da musculatura periarticular e evitar recidiva da inflamação.
Qualquer que seja o tratamento optado, o melhor é que a pessoa que sofre dessa doença (ou outras relacionadas) tenha o acompanhamento de um médico especialista em joelho, para que as fases pela qual tenha que passar sejam assistidas da melhor forma possível trazendo resultados mais corretos e eficazes.