Osteostomias

As Osteotomias consistem em um procedimento cirúrgico de realinhamento do eixo do joelho, resultante de uma deformidade óssea causada por fratura, desgaste, ou até mesmo anomalia congênita. Tal processo leva a alteração da área de pressão do joelho aumentando a estabilidade deste.

Para tal, o médico ortopedista adiciona ou remove uma cunha de osso na tíbia superior ou no fêmur inferior, dependendo da causa do procedimento. Dentre os diferentes motivos destacam-se dois: O Genu Varo, e o Genu Valgo. 

Genu Varo

O Genu Varo é uma patologia onde os joelhos encontram-se afastados e arqueados a todo o tempo, mesmo quando seus tornozelos se tocam. Esta é mais comuns em homens e em casos mais extremos o arqueamento é visível.

Fonte: https://www.ortopediabr.com.br/wp-content/uploads/2018/02/genu4.jpg
Joelhos com Genu Varo
Genuvaro em Rx panorâmica

Genu Valgo


O desalinhamento do quadril e das pernas é chamado de Genu Valgo. A condição leva os joelhos a arquear-se para dentro, ao mesmo tempo que os pés arqueiam-se para fora. Por isso, a patologia e popularmente conhecida como pernas em X, ou de tesoura. 

Fonte: https://www.ortopediabr.com.br/wp-content/uploads/2018/02/genu3.jpg
Joelhos com Genu Valgo
Osteotomia femoral com placa para tratamento de genuvalgo.
Genuvalgo em Rx panorâmico.

Indicações

.
O Procedimento é indicado tanto para pacientes com alteração do eixo da perna, quando para portadores de artrose inicial em apenas um lado do joelho. No geral, a cirurgia é indicada àqueles com menos de 60 anos, bom nível de atividade física, e peso normal. 

Como é feito:

A Osteotomia é feita através de um corte controlado do osso, com objetivo de alinhar a articulação do joelho ao eixo correto. Esta pode tanto ser realizada na Tíbia, abaixo do joelho, ou no Fêmur, acima deste. O procedimento objetiva formar uma cunha que pode ser adicionada ou removida do osso para corrigir as deformidades. A fixação da osteotomia pode ser feita por grampos, placas ou fixadores externos, de acordo com cada caso. 

Conheça a seguir a diferença entre procedimento realizado com fixador externo e que utiliza placa e parafusos para correção do genuvaro. 

Fixador externo: 

A abertura do fixador é feita de forma gradual, com o ajuste feito durante alguns dias e de acordo com a evolução do paciente, logo não há necessidade de enxerto ósseo. A principal vantagem do uso do aparelho fixador externo é a precisão na hora da correção, uma vez que este processo é feito ao longo de semanas e com acompanhamento médico constante através do exame físico e radiológico seriado, achando assim o ponto ideal para aquele paciente. 

A possibilidade de carga precoce, com o paciente sendo capaz de caminhar após a primeira semana e a retirada de todo o material ao término dos ajustes são outras vantagens desse procedimento. 

Contudo há também suas desvantagens, uma das principais é o aspecto estético incômodo, além de necessitar da constante colaboração do paciente. Os riscos de pequenas infecções são maiores, uma vez que o trajeto dos pinos encontra-se exposto. A necessidade de um segundo procedimento de retirada também é um fator que pesa o fixador externo. 

Placa:

Com a utilização da placa, a correção é feita durante o próprio ato cirúrgico. Nesse caso o paciente não necessita de acompanhamento para realização de ajustes, reduzindo o número de consultas. 

Por se tratar de um sistema de ajuste 100% interno, sem pinos expostos, o procedimento torna-se menos propenso a infecções, além de eliminar a necessidade de realização de cirurgia de retirada. Há também a possibilidade de reconstrução ligamentar concomitante. 

Dentre suas desvantagens, destacam-se o risco maior de pseudoartrose (onde não há cicatrização do osso), o longo tempo sem pisar (de 4 a 6 semanas) e o maior risco de erro na hora de realizar a correção. 

Sempre converse com seu médico para entender a cirurgia proposta, riscos, benefícios  e alinhar suas expectativas.


Cuidados após a Osteotomia

O uso de muletas varia de acordo com a necessidade, porém em geral esse período é de aproximadamente 6 semanas. O abandono destas é progressivo à medida que a região se fortalece por meio de fisioterapia. A cicatrização completa do procedimento só se dá entre 6 a 12 semanas após a data da cirurgia