As Osteotomias consistem em um procedimento cirúrgico de realinhamento do eixo do joelho, resultante de uma deformidade óssea causada por fratura, desgaste, ou até mesmo anomalia congênita. Tal processo leva a alteração da área de pressão do joelho aumentando a estabilidade deste.
Para tal, o médico ortopedista adiciona ou remove uma cunha de osso na tíbia superior ou no fêmur inferior, dependendo da causa do procedimento. Dentre os diferentes motivos destacam-se dois: O Genu Varo, e o Genu Valgo.
Genu Varo
O Genu Varo é uma patologia onde os joelhos encontram-se afastados e arqueados a todo o tempo, mesmo quando seus tornozelos se tocam. Esta é mais comuns em homens e em casos mais extremos o arqueamento é visível.
Genu Valgo
O desalinhamento do quadril e das pernas é chamado de Genu Valgo. A condição leva os joelhos a arquear-se para dentro, ao mesmo tempo que os pés arqueiam-se para fora. Por isso, a patologia e popularmente conhecida como pernas em X, ou de tesoura.
Indicações
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O Procedimento é indicado tanto para pacientes com alteração do eixo da perna, quando para portadores de artrose inicial em apenas um lado do joelho. No geral, a cirurgia é indicada àqueles com menos de 60 anos, bom nível de atividade física, e peso normal.
Como é feito:
A Osteotomia é feita através de um corte controlado do osso, com objetivo de alinhar a articulação do joelho ao eixo correto. Esta pode tanto ser realizada na Tíbia, abaixo do joelho, ou no Fêmur, acima deste. O procedimento objetiva formar uma cunha que pode ser adicionada ou removida do osso para corrigir as deformidades. A fixação da osteotomia pode ser feita por grampos, placas ou fixadores externos, de acordo com cada caso.
Conheça a seguir a diferença entre procedimento realizado com fixador externo e que utiliza placa e parafusos para correção do genuvaro.
Fixador externo:
A abertura do fixador é feita de forma gradual, com o ajuste feito durante alguns dias e de acordo com a evolução do paciente, logo não há necessidade de enxerto ósseo. A principal vantagem do uso do aparelho fixador externo é a precisão na hora da correção, uma vez que este processo é feito ao longo de semanas e com acompanhamento médico constante através do exame físico e radiológico seriado, achando assim o ponto ideal para aquele paciente.
A possibilidade de carga precoce, com o paciente sendo capaz de caminhar após a primeira semana e a retirada de todo o material ao término dos ajustes são outras vantagens desse procedimento.
Contudo há também suas desvantagens, uma das principais é o aspecto estético incômodo, além de necessitar da constante colaboração do paciente. Os riscos de pequenas infecções são maiores, uma vez que o trajeto dos pinos encontra-se exposto. A necessidade de um segundo procedimento de retirada também é um fator que pesa o fixador externo.
Placa:
Com a utilização da placa, a correção é feita durante o próprio ato cirúrgico. Nesse caso o paciente não necessita de acompanhamento para realização de ajustes, reduzindo o número de consultas.
Por se tratar de um sistema de ajuste 100% interno, sem pinos expostos, o procedimento torna-se menos propenso a infecções, além de eliminar a necessidade de realização de cirurgia de retirada. Há também a possibilidade de reconstrução ligamentar concomitante.
Dentre suas desvantagens, destacam-se o risco maior de pseudoartrose (onde não há cicatrização do osso), o longo tempo sem pisar (de 4 a 6 semanas) e o maior risco de erro na hora de realizar a correção.
Sempre converse com seu médico para entender a cirurgia proposta, riscos, benefícios e alinhar suas expectativas.
Cuidados após a Osteotomia
O uso de muletas varia de acordo com a necessidade, porém em geral esse período é de aproximadamente 6 semanas. O abandono destas é progressivo à medida que a região se fortalece por meio de fisioterapia. A cicatrização completa do procedimento só se dá entre 6 a 12 semanas após a data da cirurgia